Usuários, DEMUTRAN, empresa concessionária e vereadores debatem situação do transporte coletivo
Atendendo a solicitação da Comissão de Serviços Públicos Municipais (CSPM), a Câmara de Ponte Nova realizou nessa terça-feira (10) uma audiência pública para debater o serviço público de transporte coletivo municipal. O evento reuniu usuários do sistema, representantes da empresa concessionária, do Departamento Municipal de Trânsito (DEMUTRAN) e vereadores no plenário João Mayrink durante mais de duas horas.
Ao abrir a sessão, a presidente da Câmara, vereadora Aninha de Fizica (PSB) disse que o objetivo da audiência era buscar um amplo entendimento sobre os serviços de transporte coletivo urbano e rural prestado à população. “É uma oportunidade de analisar publicamente, com toda a transparência, os detalhes técnicos do contrato de concessão e da planilha que define o valor da passagem e também de levantar demandas, possíveis falhas e sugestões”, afirmou.
A audiência foi coordenada pelo vereador Leo Moreira, que preside a CSPM. Além dele, compuseram a mesa de debates o sócio-proprietário da empresa São Jorge Auto Bus, José Flávio Andrade, o diretor do DEMUTRAN Lucas Aguiar e os vereadores Hermano (PT) e Zé Osório (Avante), que integram a CSPM. O presidente da comissão tarifária, Fernando Andrade, foi convidado, mas não compareceu.
Lucas fez uma apresentação sobre o diagnóstico do transporte coletivo de Ponte Nova, estabelecendo objetivos, plano de ação e indicadores. “Em 2017 a São Jorge tinha 42 veículos na frota com idade média de 9.9 anos. [...] As linhas urbanas transportam hoje cerca de 276 mil passageiros por mês, as distritais 88 mil e as rurais 10 mil”, informou.
Ao falar sobre a demanda pelo serviço na cidade, que vem apresentando queda, o diretor do DEMUTRAN frisou que existe uma tendência de aumento da tarifa em um cenário de redução da necessidade pelo transporte. Lucas citou os planos para melhoria do serviço, incluindo os que podem ser implantados no contrato atual e outros que só passariam a ser exigência em um novo processo de concessão.
José Flávio abordou o histórico da empresa São Jorge Auto Bus citando dados, como a média de passageiros transportados. “Sabe qual foi a média de passageiros em 1991? 318 mil passageiros, é igual o que está tendo hoje”, disse. O sócio-proprietário apresentou o crescimento do número de linhas ofertadas desde 1991, de oito para 39 atualmente, e as dificuldades que a oferta do serviço enfrenta.
Sobre a tarifa, José Flávio disse que desde 2004 o reajuste acumulado é de 121%, enquanto a inflação, no mesmo período, é de 132%, o reajuste dos salários dos servidores foi de 155% e o do óleo diesel 160%. “A condição que a empresa tinha, hoje não tem mais”, afirmou. “Espero que o Poder Público conscientize que o transporte coletivo é muito importante”, completou.
13 pessoas do público presente se inscreveram e puderam se manifestar durante três minutos: Almiro Luma Xavier, Antônio Carlos Godinho, Rafael de Morais Costa, Carlos Roberto de Souza Cruz, Elis Regina da Silva, Maria Auxiliadora Bezerra, Luiz Pereira da Silva, Heloisa Ponzo Dutra, Rodrigo Bento Coelho, Carlos Henrique de Oliveira, Gustavo Henrique Batista de Paula, Jaqueline Moreira e André Luís dos Santos. Os vereadores também fizeram seus posicionamentos sobre o assunto.
“Nós vamos discutir a questão junto a Comissão de Serviços Públicos Municipais. Era a oportunidade de dar transparência a planilha, para que nós pudéssemos conhecer, pois também não conhecemos. [...] Temos que continuar cobrando. A comissão reunirá as informações aqui apresentadas e solicitará, também, audiência junto ao Executivo para que possa receber da administração respostas para serem compartilhadas com vocês”, disse o vereador Leo Moreira.
A audiência foi transmitida ao vivo e está disponível na íntegra pelo Facebook e YouTube da Câmara de Ponte Nova.