Saúde e Assistência Social apresentam versões sobre vacinação e combate à pandemia

por Imprensa — publicado 26/03/2021 21h39, última modificação 26/03/2021 21h39
Secretárias municipais participaram da reunião da Comissão Especial sobre a Covid-19 da Câmara de Ponte Nova e falaram sobre as suspeitas de irregularidade na imunização e o enfrentamento à pandemia no asilo

Após serem convidadas pela Comissão Especial sobre a Covid-19 da Câmara de Ponte Nova, as secretárias municipais de Saúde, Ariadne Salomão Lanna Magalhães, e de Assistência Social e Habitação, Juliana Gomes Pereira, participaram da reunião do grupo nessa quinta-feira (25). O objetivo foi ouvir das secretárias as explicações sobre as denúncias de irregularidades na vacinação e detalhes das medidas de prevenção de propagação do vírus no asilo municipal.

Ariadne disse que o Plano Municipal de Imunização começou a ser desenvolvido em dezembro, seguindo as diretrizes do Plano Nacional e Estadual. Ela lembrou que a primeira remessa de vacinas, com 1.510 doses, chegou a Ponte Nova no dia 20 de janeiro, feriado municipal. No mesmo dia teve início a aplicação dos imunizantes no público-alvo da campanha naquele momento: profissionais de saúde na linha de frente e idosos institucionalizados.

A secretária detalhou que os dois hospitais do município receberam as doses de acordo com a demanda que cada um apresentou à SEMSA (Secretaria Municipal de Saúde). “Eles sinalizaram para a gente quais eram os profissionais e a quantidade que eles precisavam naquele momento. Em cada hospital, quem fez essa lista, foi o pessoal da segurança de trabalho, do CCIH, que é a Comissão de Infecção Hospitalar, e o superintendente”, afirmou.

Com o restante das doses, todos os funcionários da SEMSA foram imunizados. De acordo com Ariadne, a ação, que foi aprovada pelo comitê municipal, está de acordo com os planos de vacinação e é justificada pela importância que todos os profissionais têm para o pleno funcionamento do SUS (Sistema Único de Saúde). “Se a gente conseguisse imuniza-los o mais rápido possível, a gente já estaria garantindo esse atendimento ao público SUS e também daria esse segurança de trabalho, porque a gente estava chegando no limite: hospital com 50 funcionários afastados, secretaria com 40, eu tive que fechar unidade de saúde por causa de surto, eu tive que fechar TFD [Tratamento Fora de Domicílio] por causa de surto, eu tive um surto nos motoristas da Saúde”, ressaltou.

A secretária também explicou que os servidores da Superintendência Regional de Saúde também foram vacinados, incluindo os que estavam atuando por home office, sob a justificativa de que voltariam ao trabalho presencial para prestarem apoio aos municípios.

Depois dessa etapa, as doses que ainda sobraram foram aplicadas em outros profissionais que atuam no setor de saúde da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), das polícias Civil e Militar, do presídio, além dos trabalhadores do CISAMAPI (Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião do Vale do Piranga) e os militares do Corpo de Bombeiros.

Ariadne avaliou que Ponte Nova recebeu, proporcionalmente, mais doses do que os outros municípios. Isso aconteceu, segundo ela, porque a definição da quantidade de vacinas que cada município recebe leva em conta o cadastro de estabelecimentos de saúde e a cobertura vacinal contra o vírus H1N1, o que favoreceu Ponte Nova em ambos os quesitos.

Sobre a suspeita de irregularidade gerada pelo nome, na lista de vacinados, de uma idosa já falecida e que era institucionalizada no asilo, Ariadne explicou que se trata de um erro material, mas que não houve desvio da dose. O problema, segundo a secretária, teve início quando a lista de internos foi impressa, pois o arquivo estava desatualizado.

“Como a gente não tinha a lista, foi solicitado, naquele momento, que eles [funcionários do asilo] tirassem uma lista para a gente, para as meninas começarem a fazer a vacinação. [...] Essa lista estava um pouco desatualizada, tinha nome de quem já não estava mais lá, da falecida, de quem já tinha falecido, de residentes que ainda não estavam nessa lista, porque o profissional que pegou essa lista lá não é o que mexe com isso, porque era um feriado”, explicou.

Já em relação aos nomes que aparecem mais de uma vez na listagem de imunizados, Ariadne disse que isso aconteceu com os profissionais que trabalham em mais de uma instituição de saúde. Nesses casos, as doses foram destinadas a outros trabalhadores da saúde.

Após indagações dos vereadores, a secretária disse que o balanço dos vacinados agora é feito todos os dias, evitando erros. Sobre o relato dos parlamentares de que a SEMSA estaria desrespeitando os prazos de resposta de ofícios da comissão e prestando informações incompletas, Ariadne disse que sua equipe é pequena e está trabalhando exaustivamente no enfrentamento à pandemia.

Assistência Social

Juliana esclareceu, logo no início, que o município abriu duas sindicâncias. Uma para apurar o caso do nome da idosa falecida, no sentido de dar transparência de informações à sociedade – pois já há o conhecimento do que aconteceu –, e outra para investigar a denúncia recebida pela Câmara de que funcionários do asilo estariam desviando alimentos para consumo próprio.

“Nós não estamos lidando aqui com caso de desvio de dose”, disse Juliana, que ainda completou: “não há nenhum desvio de alimentos dos idosos para o benefício de nenhum funcionário, e sim a coleta de alimentos para descarte, alimentos esses que estão impróprios para o uso de idosos e funcionários”, ressaltou.

Segundo a secretária, o asilo tem, hoje, 37 idosos e 40 funcionários. Desses, apenas três colaboradores, que ingressaram na equipe recentemente via concurso público, ainda não foram imunizados contra a Covid-19. Ela destacou, entretanto, que eles serão vacinados muito em breve.

Juliana lamentou o surto da doença ocorrido no ano passado na instituição e que levou 13 idosos a óbito. Ela afirmou que a questão foi tratada com transparência pela Prefeitura. Questionada pelo presidente da comissão, vereador Dr. Wellerson Mayrink (PSB), se o fato seria o resultado de uma fatalidade ou negligência, a secretária justificou: “eu acredito, com muita tranquilidade, que foi uma fatalidade. Eu seria injusta com os colaboradores de indicar que foi uma negligência e culpabilizar alguém, até porque nenhum funcionário gostaria de passar por isso”.

A secretária disse que, desde o início da pandemia, os servidores que prestavam atendimento em área hospitalar e também trabalhavam no asilo passaram por remanejamento, para evitar que levassem o vírus para dentro da instituição.

Ela pontuou que os colaboradores do asilo são treinados para seguir os protocolos de higiene, que incluem a desinfecção diária das instalações, restrição de circulação de idosos em algumas áreas e a limpeza de todo produto que chega ao local. A instituição também suspendeu o atendimento de acadêmicos e voluntários.

O vídeo na íntegra da reunião da Comissão Especial sobre a Covid-19 está disponível na página da Câmara no Facebook e no canal no YouTube.

Conforme definiu o presidente do grupo ao fim da sessão, no próximo encontro os parlamentares vão analisar as informações apresentadas pelas secretárias e, assim, definirem as próximas atividades.

registrado em: