Psicólogo usa Tribuna e defende inclusão de pessoas com deficiências ocultas
“A questão é tão urgente que nós já temos estudos no mundo que apontam que a cada 36 crianças nascidas uma tem autismo”. Esse foi um dos destaques da fala do psicólogo Fabrício Castro da Silva, durante participação na Tribuna Livre da Reunião Plenária dessa quinta-feira (5). O cidadão abordou sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a importância da inclusão.
Fabrício disse que a participação na Reunião Plenária se deu a pedido de famílias que possuem pessoas atípicas, ou seja, que têm alguma deficiência oculta.
O psicólogo afirmou que o TEA está cada vez mais presente na sociedade, que precisa aprender a lidar com essa situação. “É preciso entender que o autismo não é uma barreira intransponível, mas uma condição que requer adaptações e apoio especializado e, principalmente, acesso a terapias adequadas”.
Segundo Fabrício, muitas famílias têm dificuldade em acessar terapias e políticas públicas para as pessoas que necessitam dos serviços. “A demora na oferta de terapias essenciais, como fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta e tantos outros prejudica enormemente o desenvolvimento, principalmente, das crianças que necessitam dessas intervenções nos primeiros anos de vida. [...] Cada dia sem tratamento é um dia a menos de progresso”, afirmou.
Ainda abordando sobre as famílias, o cidadão observou que elas também não têm suporte apropriado para lidarem com as situações. “Muitas dessas famílias investem toda a sua energia, seu tempo e seus recursos na educação e no cuidado dos seus filhos e isso gera um desgaste emocional e psicológico imenso, pois muitas vezes essas famílias não contam com redes de apoio ou serviços de orientação adequados”.
Ele avaliou que Ponte Nova não possui políticas públicas em quantidade suficiente para atendimento às necessidades. “Precisamos de políticas públicas que garantam não apenas a presença de terapeutas, mas também a criação de centros especializados, onde crianças com autismo e outras deficiências possam receber o atendimento que necessitam, sem que as famílias precisem enfrentar longas filas de espera”, defendeu.
Educação
Outra questão abordada pelo participante foi em relação às deficiências ocultas na educação. Ele cobrou pela efetiva presença do professor de apoio nas salas de aula para dar suporte aos alunos que têm essa necessidade. “O grande desafio, hoje, [...] é garantir que esses profissionais possuam, além de formação adequada, uma prática efetiva e continuada que lhes permita lidar com situações cotidianas dentro e fora da sala de aula”, complementou.
Para Fabrício, é necessário que o Poder Público ofereça de forma constante capacitação teórica e prática para os professores, que também devem receber suporte psicológico e pedagógico.
“Não existe inclusão, em Ponte Nova, nas nossas escolas. Existe apenas inserção, que é pegar a criança e colocar no ambiente escolar, colocar o professor de apoio – e quando coloca o professor de apoio, acham que resolveu tudo, está tudo mil maravilhas – [...] Falta demais sensibilização, conscientização em todos os setores da nossa sociedade”, analisou.
Após a explanação de Fabrício, os vereadores agradeceram sua presença e a apresentação sobre o assunto. Eles ressaltaram a necessidade de construir soluções para superar os desafios. Os parlamentares também destacaram que essa temática deve estar sempre em pauta para que possam viabilizar recursos e novas políticas públicas. Por fim, cobraram por melhorias no Centro de Atendimento Educacional Especializado (Caedes).
Tribuna Livre
A Tribuna Livre é um espaço destinado à população durante a Reunião Plenária. A participação acontece mediante inscrição prévia, via formulário eletrônico. Informações: (31) 3819-3250.
O vídeo da Reunião Plenária do dia 5 de setembro está disponível no canal da Câmara no YouTube.
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