Preservação da memória ferroviária de Ponte Nova é tema de Tribuna Livre

por Divisão de Comunicação* — publicado 03/10/2022 17h20, última modificação 03/10/2022 17h20
O diretor do FERROPON, José Alfredo Padovani, falou na Tribuna Livre sobre os objetivos e o funcionamento da instituição, propôs ideias e pediu apoio do município à causa

Durante a Reunião Plenária da última quinta-feira (29), o diretor do Núcleo de Preservação Ferroviária de Ponte Nova (FERROPON), José Alfredo Padovani, utilizou a Tribuna Livre para falar sobre o funcionamento e os objetivos da entidade.

Padovani disse que o FERROPON é uma entidade sem fins lucrativos, do terceiro setor, que tem como objetivos principais cuidar da memória ferroviária de Ponte Nova e discutir o retorno das linhas ferroviárias na região da Zona da Mata.

O diretor lembrou que Ponte Nova foi muito importante para a malha ferroviária do sudeste brasileiro, sendo pontos em comum dos trilhos federais e a central do Brasil. Além disso, ele rememorou que a estação ferroviária do município foi inaugurada em 1886 por Dom Pedro l.

Ele enfatizou a importância de se discutir e preservar as memórias e as histórias dos locais. “Aquela nação que não cuida do seu passado, provavelmente não vai ter sucesso no futuro. A gente precisa entender, compreender o passado para a gente projetar o futuro. Toda nação do mundo que não se preocupou com isso, sucumbiu ou quase isso”, enfatiza o cidadão.

Como forma de preservar e resguardar a história de Ponte Nova, o diretor da FERROPON sugeriu a criação de um museu ou um centro de memória, pois as ações realizadas pelo grupo são pontuais, devido à pequena quantidade de participantes.

Biciclotrem

José Alfredo disse que a entidade adquiriu, por doação de um civil, um equipamento composto por duas bicicletas e adaptado para andar na linha férrea, para transformá-la em uma atração turística. Segundo ele, o objeto precisou de algumas reformas que foram custeadas por outras entidades, como a Associação de Moradores do bairro Copacabana.

“Nada mais é do que duas bicicletas, com as rodas de ferro, como se fossem uma locomotiva para rodar em alguns pequenos trechos que nós temos aqui. Nós temos o caso da Copacabana, são mais ou menos, mais de 1.000, 1.000 e poucos metros de extensão que ainda tem lá os trilhos”, esclarece José.

O participante ainda falou que outras cidades da região, como Cataguases e São Geraldo, utilizam o “biciclotrem” como atração cultural. De acordo com ele, a resposta da população quanto à intervenção é positiva. “Juntou lá, em uma manhã de domingo, mais de 200 e tantas pessoas, principalmente crianças, para ver o “biciclotrem”, explica o diretor.

Apoio

O representante da FERROPON pediu a colaboração do Executivo para a implementação do “biciclotrem”. Segundo ele, os reparos a serem feitos são mínimos.

“O que nós queremos é uma parceria da Prefeitura, através das suas Secretarias, para que a gente possa rodar com esse biciclotrem lá no Copacabana. Está precisando de uma limpeza do trilho, são intervenções mínimas, coisas pequenas na verdade”, enfatiza José.

Centro de Memória

Padovani pediu apoio da Prefeitura e da Câmara para a construção do Centro de Memória Ferroviária de Ponte Nova, que terá colaboração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais – Campus Ponte Nova.

“Já é parceiro do FERROPON, para que esse núcleo, esse centro de memória seja implantado lá. Algumas movimentações já tem sido feitas através do professor Leonardo Paiva, mas nós precisamos de incrementar isso. Sem o poder público fica humanamente impossível”, salienta Padovani.

Reforma

A reforma do trecho ferroviário situado entre Chopotó e o distrito do Pontal foi sugerida por Padovani. Segundo ele, futuramente o local também poderia agregar no turismo do município. “São oito quilômetros, que poderiam também no futuro ter uma questão de turismo. Eu estou vindo agora do sul da Bahia, tudo se transforma em turismo gente, qualquer fato, ato, coisas pequenas que acabam servindo de receptivo turístico”, esclarece o diretor.

Retomada da linha mineira

José Padovani disse que existe um Projeto da Fundação João Pinheiro que estuda a possibilidade da retomada da linha mineira que liga cidades como Belo Horizonte e Ponte Nova ao Rio de Janeiro. Segundo ele, existem inúmeras vantagens da reativação dessa linha férrea, como o custo benefício de transporte de pessoas e mercadorias, além de desafogar o trânsito das rodovias.

“Uma viagem que a gente fazia em duas horas e meia, hoje está se tornando quase quatro horas, está difícil, nós precisamos ter outros modais de transporte”, explica José.

Projeto de Lei

O participante sugeriu a criação de um Projeto de Lei que institui a Semana da Memória Ferroviária de Ponte Nova e o Dia do Ferroviário Pontenovense e apresentou um documento para o presidente da Câmara, vereador Antônio Carlos Pracatá (MDB).

“Para ser celebrado no mês de junho, porque 30 de junho de 1886 o imperador inaugurou a nossa ferrovia. Então eu encaminho aqui, peço que analise com carinho”, esclarece o diretor.

Após a fala do participante, os vereadores parabenizaram a presença do representante e manifestaram apoio à causa. O presidente, Antônio Carlos Pracatá, disse que analisará o texto, com o apoio da assessoria legislativa, e convidou o participante para os debates sobre o tema.

O vídeo da reunião plenária do dia 29 de setembro está disponível na página da Câmara no Facebook e no canal no YouTube.

Tribuna Livre

A Tribuna Livre é um espaço destinado à população durante a reunião plenária. A participação acontece mediante inscrição prévia, via formulário eletrônico. Informações (31) 3819-3250.

*Texto redigido pela estagiária Melissa Castro sob a supervisão da Divisão de Comunicação

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