População, prefeitura, especialistas e vereadores discutem situação dos atingidos pela lama da Samarco em PN

por Imprensa — publicado 25/10/2019 16h15, última modificação 05/10/2020 15h22
Audiência pública realizada pela Câmara de Ponte Nova nessa quinta-feira (24) expôs a situação do município diante da tragédia ocorrida há quase quatro anos

Foi realizada na noite dessa quinta-feira (24), na Câmara de Ponte Nova, a audiência pública que debateu a situação dos atingidos, no município, pela lama do rompimento da barragem da Samarco, ocorrida em Mariana, em novembro de 2015. A reunião foi uma solicitação da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Câmara.

 

 

Foram convidados para a audiência representantes das famílias atingidas, da Fundação Renova, da Prefeitura de Ponte Nova, do Centro Rosa Fortini e da Comissão de Atingidos de Santa Cruz, Rio Doce e Chopotó. Em carta enviada à Câmara, a Fundação Renova informou que não participaria da audiência “em decorrência de outras agendas previamente marcadas”. A deputada e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Leninha (PT) também foi convidada, sendo representada por uma assessora.

 

A audiência foi coordenada pelo presidente da CCDH, vereador Hermano (PT). “Com essa audiência pública, nós vamos fazer uma ata, colher todos os depoimentos que ouvirmos aqui, as reivindicações, e depois vamos encaminhar, como forma de documento oficial da Câmara, aos órgãos que nós entendermos competentes que têm que assumir o compromisso junto com as famílias atingidas”, disse o vereador.

 

Além do vereador Hermano (PT), compuseram a mesa de debates da audiência os professores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Luiz Fontes, representando o Centro Rosa Fortini, e Gumercindo Souza Lima, representante do Núcleo de Apoio às Comunidades Atingidas por Barragens (Nacab); a secretária municipal de Planejamento e Desenvolvimento Econômico Sandra Regina Brandão Guimarães; a representante do Movimento Atingidos por Barragens (MAB) Simone Maria da Silva; e o deputado federal Padre João (PT).

 

A secretária de Planejamento e Desenvolvimento Econômico destacou que Ponte Nova faz divisa, por sete quilômetros, com a calha do Rio do Carmo. Lembrou que os pacientes de Barra Longa e Rio Doce, que vinham para Ponte Nova realizar tratamentos, tiveram que ficar no município, que é polo pra região. Atualmente, de acordo com Sandra, o Ministério Público é a favor do reconhecimento de Ponte Nova como município atingido, aguardando apenas a decisão do juiz.

 

“Tivemos impactos na assistência da saúde de Ponte Nova, impacto das famílias [...]. Nas poucas reuniões que tivemos com a Renova, eles não tratam Ponte Nova como município atingido. Eles tratam Chopotó, como se fosse separado de Ponte Nova”, disse Sandra, que destacou ainda que o primordial é a assistência às famílias atingidas e o impacto econômico para o município.

 

Eder Felipe da Silva, Maria das Graças Lima Bento, Aparecida Elisabete Superbi e Gustavo Henrique Batista de Paula se inscreveram para a fala durante a audiência. Os vereadores também fizeram seus posicionamentos diante do assunto.

 

 

A audiência foi transmitida ao vivo e está disponível na íntegra no Facebook e YouTube da Câmara de Ponte Nova.

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