Mãe relata falhas do SUS no atendimento a crianças com diabetes tipo 1 em PN
Nicoly Barbosa Gomes Gomides na Tribuna Livre
Diversas falhas do Sistema Único de Saúde (SUS) em relação ao atendimento de pacientes com diabetes tipo 1, em Ponte Nova, foram expostas pela cidadã Nicoly Barbosa Gomes Gomides. Ela participou da Tribuna Livre da Reunião Plenária do dia 9 de maio e contou suas experiências sendo mãe de uma criança portadora da doença.
Uma das primeiras dificuldades relatadas foi em relação ao diagnóstico que, no caso da filha dela, chegou há cerca de 10 anos. “Infelizmente nem todos os profissionais estão aptos a atender a criança numa emergência com determinados sintomas”.
Nicoly destacou que o tratamento da doença demanda um acompanhamento com um endocrinologista. Entretanto, segundo ela, em Ponte Nova, marcar uma consulta com esse ou outros especialistas é uma tarefa difícil. “Na nossa Cidade, é quase impossível marcar uma consulta pelo SUS. Uma nutricionista especialista em diabetes e contagem de carboidratos, mais impossível ainda”.
Fitas
A falta de fornecimento de fitas para aferição da glicemia também foi exposta por Nicoly, que disse que o problema ocorre há quase um ano. “Enfrentamos uma redução significativa no fornecimento de tiras para a medição da glicemia. Necessitamos, mensalmente, de 250 tiras, no mínimo. Entretanto, apenas 100 nos são disponibilizadas”, disse. Ela ainda relatou que até a médica que atende a filha dela foi notificada quanto à quantidade de fitas receitadas estar além do limite definido pela Prefeitura.
Nicoly frisou sobre a importância e a necessidade das fitas, que são essenciais para o acompanhamento dos níveis de glicemia no sangue. “O tratamento consiste em administração diária de múltiplas doses de insulina, sem doses fixas, implicando um monitoramento contínuo da glicemia. [...] Para um bom controle, nós temos que medir diariamente em jejum, duas horas após o café da manhã, antes do almoço, duas horas após o almoço, antes do café da tarde, duas horas após o café da tarde, antes da janta, duas horas após a janta e antes de dormir”.
Apoio
A cidadã solicitou o apoio dos parlamentares para regularização do fornecimento das fitas e a inclusão de um dispositivo na política municipal de assistência aos portadores de diabetes tipo 1.
“Dediquem especial atenção aos cuidados de nossos filhos, o que inclui assegurar o acesso contínuo a insulinas, agulhas e, principalmente, a distribuição gratuita do Sensor FreeStyle Libre. Este dispositivo possibilitará a monitorização contínua da glicemia em intervalos de minuto a minuto sem a necessidade de furar os dedos, prevenindo episódios graves”, explicou.
Ela ressaltou que o tratamento da doença é contínuo e caro, pois além dos procedimentos de aferição da glicemia e aplicação de insulina, são necessárias consultas ao médico – inclusive para obtenção de receitas médicas – e a alimentação deve ser rica em frutas, legumes e proteínas.
Escolas
Nicoly avaliou que os profissionais da Rede Municipal de Ensino não estão preparados para lidarem com estudantes portadores de diabetes tipo 1. Ela relatou que foi preciso ensinar colaboradores sobre o que fazer se a filha sofresse picos de glicemia no sangue. “Na nossa Cidade, [...] os professores, os funcionários, não estão preparados em atender uma criança com hiperglicemia ou uma hipoglicemia severa. Eles não sabem como agir”.
Após a explanação da cidadã, os vereadores agradeceram sua presença, explicaram que aguardam informações da Prefeitura sobre o assunto, defenderam a disponibilização do dispositivo citado por ela e propuseram a realização de um seminário para discutir o tema.
O vídeo da Reunião Plenária do dia 9 de maio está disponível na página da Câmara no Facebook e no canal no YouTube.
Tribuna Livre
A Tribuna Livre é um espaço destinado à população durante a Reunião Plenária. A participação acontece mediante inscrição prévia, via formulário eletrônico. Informações: (31) 3819-3250.