Início das atividades do Parlamento Jovem 2022 é marcado com palestra de professor de Psicologia

por Divisão de Comunicação* — publicado 21/03/2022 16h00, última modificação 21/03/2022 16h00
Saúde Mental dos Jovens na Contemporaneidade é o tema debatido durante a programação do PJ neste ano
Início das atividades do Parlamento Jovem 2022 é marcado com palestra de professor de Psicologia

Estudantes, vereadores, professores e o palestrante no Plenário da Câmara durante o lançamento do PJ 2022 | Imagem: Divisão de Comunicação/Câmara de Ponte Nova

Os trabalhos do Parlamento Jovem (PJ) em Ponte Nova iniciaram na última quinta-feira (17), durante Reunião Plenária na Câmara Municipal. Para marcar o lançamento das atividades, o professor de Psicologia da Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga (FADIP), Marco Aurélio Muniz Corrêa de Carvalho, deu uma palestra sobre Saúde Mental dos Jovens na Contemporaneidade.

Estiveram presentes alunos e professores das Escolas Estaduais Senador Antônio Martins, Caetano Marinho, Professor Antônio Gonçalves Lanna e Raymundo Martiniano Ferreira, do Instituto Montessori, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG – Campus Ponte Nova) e da Escola Nossa Senhora Auxiliadora.

O coordenador técnico da Escola do Legislativo da Câmara de Ponte Nova, vereador Wagner Gomides (PV), ressaltou a importância da participação de adolescentes e jovens para a construção da cidadania. “Vocês são o futuro disso aqui. Todos nós estamos de passagem por essa casa. E vocês um dia poderão ocupar esse lugar que a gente ocupa. Que bom que desde cedo vocês estão interessados em fazer a discussão de temas importantes como a saúde mental”, reforça o vereador. 

O tema debatido no primeiro encontro é o mesmo da edição deste ano do PJ: Saúde Mental dos Jovens. Marco Aurélio expôs o conceito de Saúde Mental para a Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera que a saúde mental está diretamente relacionada com o bem-estar, que por sua vez é algo particular de cada indivíduo, podendo variar de acordo com as perspectivas sociais e históricas.

“Para alguns jovens, o bem-estar deles é ir pra escola de manhã, almoçar, tirar um cochilinho, jogar videogame e, de noite, ficar ali com a família. Outros jovens já não têm tanto essa possibilidade, eles precisam trabalhar no horário que não estão na escola. Outros têm que ajudar nos afazeres domésticos, mesmo que não trabalhe, etc”, explica o professor.

Ele ressalta que o âmbito físico também influencia no bem-estar, pois a prática de exercícios físicos resulta em mais disposição para outras atividades diárias. “Eu, particularmente, eu gostava enquanto jovem de fazer exercícios, e não ter isso para mim, seria algo muito ruim. Cada pessoa vai procurar o seu bem-estar. Cada jovem tem as suas preferências, os seus grupos”, exemplifica o professor. 

Segundo ele, existem divisões de inteligências e uma delas é a inteligência emocional. “A inteligência emocional é saber entender muito bem o que você está sentindo, é saber expressar o que você está sentindo. É saber comunicar verbalmente, ou no comportamento, na expressão da sua individualidade e dos seus relacionamentos, o que você está sentindo”, explica o professor.

Ainda sobre inteligência emocional, o professor salienta que é na juventude o momento de desenvolver esse tipo de sabedoria. “As pessoas que na juventude conseguem ter bons exemplos, elas conseguem conversar, ter bons conselhos, refletir e ter abertura para demonstrar seus sentimentos e suas posições, tendem a ter um maior desenvolvimento e isso reflete na vida adulta”, reforça o professor.

As relações sociais são de extrema importância para a saúde mental das pessoas, segundo o professor. “Os aspectos sociais também são importantes para a juventude, ninguém gosta de ficar sozinho (algumas pessoas gostam de ficar um pouco mais sozinhas). Mas de um modo geral, até aqueles que gostam de ter um grupo mais reduzido de amigos, gostam de ter os seus amigos”.

De acordo com Marco Aurélio, hábitos sadios atrelados a adoção de padrões de sono saudável; prática de exercícios físicos; desenvolvimento de enfrentamentos, resolução de problemas e habilidades interpessoais (saber lidar com etapas ruins da vida, entendendo que existe solução, além de colocá-la em prática); administrar as emoções (lidar com elas de modo positivo), resultam em uma melhora no bem-estar e, consequentemente, no desenvolvimento da saúde mental. 

A frustração também oferece pontos positivos, como tudo na vida. Segundo ele, saber experienciar os pontos positivos que a frustração oferece é também um passo para a inteligência emocional, sempre se perguntando: “o que eu posso aprender com isso?”, reforça.

O professor disse que a frustração é a porta de entrada para a depressão. E dentre os fatores que podem contribuir negativamente para o grande número de pessoas com depressão, durante a pandemia, pode-se citar: escolas fechadas, renda familiar prejudicada, desenvolvimento socioemocional restrito, redes sociais, ausência de uma rede de apoio estruturada com sintomas desconhecidos (que a pessoa não consegue administrar e gerir). Segundo ele, esses fatores levam os jovens a se sentirem mal, a não terem interesse, não terem forças para fazerem as coisas do cotidiano.

“A pessoa que está do seu lado pode está demonstrando aqui na escola, fora de casa, estar super bem, rindo, brincando, indo nas festas, conversando nas redes sociais. Mas dentro de casa ela não está bem. A saúde mental, como eu disse no começo, é uma coisa séria, e a gente precisa falar sobre ela de uma forma realista”, afirma o professor.

Ele ressalta o quanto as redes sociais podem ser negativas para a vida das pessoas. “Controlar o tempo que vocês ficam nas redes sociais pode ser aquela nota que falta, aquele pouco de esforço a mais que falta para passar naquela matéria, para passar no vestibular, para se concentrar em alguma atividade, de não ficar tão ansioso, porque a rede social em excesso, causa ansiedade”, destaca.

A pandemia piorou ainda mais a rede de apoio estruturada, seja entre amigos, colegas ou familiares. O distanciamento social veio para restringir essa situação. “É necessário que a gente mantenha essas redes, que a gente construa, que vocês tenham em mente que ter uma rede de apoio é necessário”, enfatiza o professor.   

Parlamento Jovem

O PJ de Minas Gerais é um programa de formação política de estudantes do ensino médio que proporciona aos jovens uma oportunidade de conhecer melhor a política e os instrumentos de participação no Poder Legislativo Municipal e Estadual.

A cada ano, um tema de relevância social e do interesse dos jovens é trabalhado por meio de diversas atividades de estudo, oficinas, debates e deliberações que permitem a vivência e o aprofundamento do tema.

O programa é promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), por meio da Escola do Legislativo, em parceria com as Câmaras Municipais e a PUC Minas. Em 2022, chega à 19º edição em MG e sexta em Ponte Nova.

As atividades são desenvolvidas em etapas municipais, regionais e a estadual, realizada em Belo Horizonte, quando ocorre a conclusão dos trabalhos. Todas essas etapas ficam registradas na página do PJ Minas no Portal da Assembleia Legislativa, nas redes sociais do PJ Minas e da Câmara de Ponte Nova (Facebook, Instagram e YouTube). No site da Câmara também está disponível o calendário das atividades.

*Texto redigido pela estagiária Melissa Castro sob a supervisão da Divisão de Comunicação