Iluminação pública em PN deve melhorar em 30 dias, após atuação da Câmara

por Mateus Pires publicado 29/03/2022 16h40, última modificação 29/03/2022 16h40
A Comissão de Serviços Públicos Municipais cobrou do CIMVALPI um prazo para adequação do serviço, que tem gerado reclamações por parte da população
Iluminação pública em PN deve melhorar em 30 dias, após atuação da Câmara

O engenheiro do CIMVALPI participou da reunião do dia 24/03/2022 e o registro de lâmpada apagada na av. Vereador João Evangelista de Almeida | Imagens: Bruno Andrade/Câmara de Ponte Nova | reprodução/Emerson Carvalho

Em até 30 dias, a manutenção da iluminação pública em Ponte Nova deve melhorar as condições do serviço. O prazo foi dado por um representante do Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Vale do Piranga (CIMVALPI) na última quinta-feira (24), durante a reunião da Comissão de Serviços Públicos Municipais (CSPM) da Câmara.

A participação do engenheiro eletricista do CIMVAPI, Emerson Pereira, aconteceu após a CSPM requisitar a presença de um representante do CIMVALPI. O objetivo era esclarecer sobre o serviço de manutenção da iluminação pública, que tem gerado insatisfação na população, sendo retratada no aumento de reclamações recebidas pelos vereadores.

Durante aproximadamente uma hora e meia de reunião, os membros da comissão composta pelos vereadores Suellenn Fisioterapeuta (PV), Emerson Carvalho (PTB) e Dr. Wellerson Mayrink (PSB) indagaram sobre o serviço, tiraram dúvidas e cobraram por uma solução o mais breve possível.

Os parlamentares lembraram que o serviço tem apresentado insatisfações há tempos, o que justificou a participação do secretário executivo do CIMVALPI, José Adalberto de Rezende, em uma reunião dos vereadores em setembro de 2021.

Explicações

De acordo com o engenheiro, o aumento acentuado da demanda por manutenção e a intensidade das chuvas nos últimos meses explicam as condições atuais da iluminação pública em Ponte Nova.

Emerson Pereira respondeu aos vereadores sobre as dúvidas e reclamações do serviço | Imagem: Bruno Andrade/Câmara de Ponte Nova

Segundo ele, o município possui quase 6.300 pontos de iluminação e, atualmente, 257 estão defeituosos. A quantidade supera os níveis aceitáveis de pontos com problemas, segundo Emerson. “Historicamente, desde 2015, todos os meses a gente tem em torno de 3% a 7% de luminárias queimadas. [...] É uma estatística que todo mês a gente vai ter aí, em Ponte Nova, em torno de umas 200 luminárias apagadas. [...] O que acontece, hoje, na nossa situação que estamos hoje, é que essa demanda cresceu muito”, contou.

As chuvas que caíram na região desde o último trimestre de 2021 contribuíram para a atual situação do sistema, pois além de danificar equipamentos, também impediu a realização da manutenção pelas equipes, que não podem executar o serviço durante a precipitação. O resultado foi um acúmulo de serviço.

“Por essa questão de ser um equipamento a exposição de intempéries, a carga de chuva que a gente teve este ano – se eu pegar aqui dados do INMET [Instituto Nacional de Meteorologia] [...] do quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022, a gente teve 1.603 milímetros de chuva na nossa região – nenhum equipamento consegue funcionar nessas condições. [...] O que acontece hoje é que esses índices de reclamação cresceram exponencialmente. A gente passa de um patamar de 3%, e na chuva a gente já conta com 5%, só que neste ano a gente teve na casa de 7%, 8% de queima, de problema na iluminação pública”, disse.

Ainda segundo Emerson, as chuvas também são responsáveis por danificar os equipamentos da iluminação na beira-rio, por exemplo, um dos pontos com problemas no município. “Na beira-rio, a gente tem a iluminação de todo o balaústre ali, onde ela pega água e praticamente ele fica todo desativado. Aqui, em Ponte Nova, a gente tem essas condições”.

Além das condições climáticas, o engenheiro contou que desde 2020 a importação de lâmpadas de vapor de mercúrio está proibida. Por conta disso, o reparo dos pontos precisou ser feito com as lâmpadas em estoque e também foi acordado a utilização de outros tipos de equipamentos para a iluminação.

Prazos

Em condições normais, segundo Emerson, o protocolo precisa ser atendido em até cinco dias. O controle é feito por meio do sistema, que apresenta os protocolos de solicitação e execução. “Esse prazo geralmente é o prazo suficiente quando tudo corre bem. [...] Só não é suficiente quando passa por essas dificuldades”, acrescenta.

Diante da cobrança dos vereadores, o engenheiro explicou que o CIMVALPI já havia notificado a empresa prestadora do serviço e acordado uma força tarefa para reparos no sistema durante o último fim de semana. “A dificuldade é momentânea, houve um acumulo muito grande pelas chuvas que agora está sendo sanado. A gente tem aqui, entrou com os planos de ação, foi notificada a empresa para que ela tenha o prazo para fazer essa regularização no parque inteiro”.

“Em iluminação pública, luminária queimada nós sempre vamos ter. Esse percentual nós vamos ter, mas a gente vai baixar ele para os níveis regulares. O que está programado com a empresa é que durante os próximos 30 dias esteja regularizado”, afirma o engenheiro.

O representante do CIMVALPI falou sobre a rotina do serviço de manutenção da iluminação pública | Imagem: Mateus Dias/Câmara de Ponte Nova

Solicitação

Emerson lembrou que a solicitação de reparos da iluminação pública pode ser feita de três formas: por meio do número 0800 283 1020, site (https://iluminacaopublica.net.br/) e aplicativo para smartphones Ouvir Você.

“A empresa tem ciência disso [da necessidade de reparo] com o protocolo e ela tem cinco dias úteis para poder fazer esse atendimento. A Prefeitura participa do rateio, ela não tem ação de execução. Quem executa é a empresa, que hoje, no caso, está contratada pelo consórcio a empresa Luz Forte”, explica.

De acordo com Emerson, a fiscalização do serviço é feita pelo sistema e pela equipe do consórcio CIMVALPI, que leva em conta as estatísticas e amostragem dos pontos mensalmente executados.

Quanto custa

O engenheiro explicou que o contrato entre a CIMVALPI e a empresa leva em conta o tamanho do parque luminotécnico. Assim, independente se o ponto luminoso precisa de manutenção, o valor mensal do serviço é o mesmo: cerca de R$ 2,60 por ponto de lâmpadas convencionais (vapor de sódio ou mercúrio) e R$ 1,00 por lâmpada de LED.

“Se fosse de outra forma, ele seria manutenido por ponto. A manutenção por ponto ela é uma manutenção muito mais difícil de fiscalização e controle, porque você pode chegar a qualquer momento e atender aquele ponto e falar que gastou um reator, uma lâmpada, um relé, se na verdade você coloca qualquer equipamento ali. Então, isso é muito difícil de controlar. E, por esses estudos, há uma economicidade muito grande para o município quando é feita de forma por ponto total”, justificou.

Próximos passos

A CSPM vai enviar um ofício relatando a manifestação do engenheiro na reunião sobre o prazo de 30 dias para os reparos no parque de iluminação do município. Também vai reiterar as solicitações já feitas, como o envio à Câmara de cópias do contrato entre o CIMVALPI e a empresa Luz Forte, além de relatórios.

A ideia é que após o acesso aos documentos, uma nova reunião seja agendada com representantes do CIMVALPI, da empresa Luz Forte e da Prefeitura de Ponte Nova.

Estava prevista a participação, na mesma sessão, de um representante da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). Entretanto, por questões de incompatibilidade de agenda, não foi possível marcar a presença para a reunião da última quinta-feira.

O vídeo da reunião da CSPM está disponível na página da Câmara no Facebook e no canal no YouTube.