Iluminação pública em PN deve melhorar em 30 dias, após atuação da Câmara
O engenheiro do CIMVALPI participou da reunião do dia 24/03/2022 e o registro de lâmpada apagada na av. Vereador João Evangelista de Almeida | Imagens: Bruno Andrade/Câmara de Ponte Nova | reprodução/Emerson Carvalho
Em até 30 dias, a manutenção da iluminação pública em Ponte Nova deve melhorar as condições do serviço. O prazo foi dado por um representante do Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Vale do Piranga (CIMVALPI) na última quinta-feira (24), durante a reunião da Comissão de Serviços Públicos Municipais (CSPM) da Câmara.
A participação do engenheiro eletricista do CIMVAPI, Emerson Pereira, aconteceu após a CSPM requisitar a presença de um representante do CIMVALPI. O objetivo era esclarecer sobre o serviço de manutenção da iluminação pública, que tem gerado insatisfação na população, sendo retratada no aumento de reclamações recebidas pelos vereadores.
Durante aproximadamente uma hora e meia de reunião, os membros da comissão composta pelos vereadores Suellenn Fisioterapeuta (PV), Emerson Carvalho (PTB) e Dr. Wellerson Mayrink (PSB) indagaram sobre o serviço, tiraram dúvidas e cobraram por uma solução o mais breve possível.
Os parlamentares lembraram que o serviço tem apresentado insatisfações há tempos, o que justificou a participação do secretário executivo do CIMVALPI, José Adalberto de Rezende, em uma reunião dos vereadores em setembro de 2021.
Explicações
De acordo com o engenheiro, o aumento acentuado da demanda por manutenção e a intensidade das chuvas nos últimos meses explicam as condições atuais da iluminação pública em Ponte Nova.
Emerson Pereira respondeu aos vereadores sobre as dúvidas e reclamações do serviço | Imagem: Bruno Andrade/Câmara de Ponte Nova
Segundo ele, o município possui quase 6.300 pontos de iluminação e, atualmente, 257 estão defeituosos. A quantidade supera os níveis aceitáveis de pontos com problemas, segundo Emerson. “Historicamente, desde 2015, todos os meses a gente tem em torno de 3% a 7% de luminárias queimadas. [...] É uma estatística que todo mês a gente vai ter aí, em Ponte Nova, em torno de umas 200 luminárias apagadas. [...] O que acontece, hoje, na nossa situação que estamos hoje, é que essa demanda cresceu muito”, contou.
As chuvas que caíram na região desde o último trimestre de 2021 contribuíram para a atual situação do sistema, pois além de danificar equipamentos, também impediu a realização da manutenção pelas equipes, que não podem executar o serviço durante a precipitação. O resultado foi um acúmulo de serviço.
“Por essa questão de ser um equipamento a exposição de intempéries, a carga de chuva que a gente teve este ano – se eu pegar aqui dados do INMET [Instituto Nacional de Meteorologia] [...] do quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022, a gente teve 1.603 milímetros de chuva na nossa região – nenhum equipamento consegue funcionar nessas condições. [...] O que acontece hoje é que esses índices de reclamação cresceram exponencialmente. A gente passa de um patamar de 3%, e na chuva a gente já conta com 5%, só que neste ano a gente teve na casa de 7%, 8% de queima, de problema na iluminação pública”, disse.
Ainda segundo Emerson, as chuvas também são responsáveis por danificar os equipamentos da iluminação na beira-rio, por exemplo, um dos pontos com problemas no município. “Na beira-rio, a gente tem a iluminação de todo o balaústre ali, onde ela pega água e praticamente ele fica todo desativado. Aqui, em Ponte Nova, a gente tem essas condições”.
Além das condições climáticas, o engenheiro contou que desde 2020 a importação de lâmpadas de vapor de mercúrio está proibida. Por conta disso, o reparo dos pontos precisou ser feito com as lâmpadas em estoque e também foi acordado a utilização de outros tipos de equipamentos para a iluminação.
Prazos
Em condições normais, segundo Emerson, o protocolo precisa ser atendido em até cinco dias. O controle é feito por meio do sistema, que apresenta os protocolos de solicitação e execução. “Esse prazo geralmente é o prazo suficiente quando tudo corre bem. [...] Só não é suficiente quando passa por essas dificuldades”, acrescenta.
Diante da cobrança dos vereadores, o engenheiro explicou que o CIMVALPI já havia notificado a empresa prestadora do serviço e acordado uma força tarefa para reparos no sistema durante o último fim de semana. “A dificuldade é momentânea, houve um acumulo muito grande pelas chuvas que agora está sendo sanado. A gente tem aqui, entrou com os planos de ação, foi notificada a empresa para que ela tenha o prazo para fazer essa regularização no parque inteiro”.
“Em iluminação pública, luminária queimada nós sempre vamos ter. Esse percentual nós vamos ter, mas a gente vai baixar ele para os níveis regulares. O que está programado com a empresa é que durante os próximos 30 dias esteja regularizado”, afirma o engenheiro.
O representante do CIMVALPI falou sobre a rotina do serviço de manutenção da iluminação pública | Imagem: Mateus Dias/Câmara de Ponte Nova
Solicitação
Emerson lembrou que a solicitação de reparos da iluminação pública pode ser feita de três formas: por meio do número 0800 283 1020, site (https://iluminacaopublica.net.br/) e aplicativo para smartphones Ouvir Você.
“A empresa tem ciência disso [da necessidade de reparo] com o protocolo e ela tem cinco dias úteis para poder fazer esse atendimento. A Prefeitura participa do rateio, ela não tem ação de execução. Quem executa é a empresa, que hoje, no caso, está contratada pelo consórcio a empresa Luz Forte”, explica.
De acordo com Emerson, a fiscalização do serviço é feita pelo sistema e pela equipe do consórcio CIMVALPI, que leva em conta as estatísticas e amostragem dos pontos mensalmente executados.
Quanto custa
O engenheiro explicou que o contrato entre a CIMVALPI e a empresa leva em conta o tamanho do parque luminotécnico. Assim, independente se o ponto luminoso precisa de manutenção, o valor mensal do serviço é o mesmo: cerca de R$ 2,60 por ponto de lâmpadas convencionais (vapor de sódio ou mercúrio) e R$ 1,00 por lâmpada de LED.
“Se fosse de outra forma, ele seria manutenido por ponto. A manutenção por ponto ela é uma manutenção muito mais difícil de fiscalização e controle, porque você pode chegar a qualquer momento e atender aquele ponto e falar que gastou um reator, uma lâmpada, um relé, se na verdade você coloca qualquer equipamento ali. Então, isso é muito difícil de controlar. E, por esses estudos, há uma economicidade muito grande para o município quando é feita de forma por ponto total”, justificou.
Próximos passos
A CSPM vai enviar um ofício relatando a manifestação do engenheiro na reunião sobre o prazo de 30 dias para os reparos no parque de iluminação do município. Também vai reiterar as solicitações já feitas, como o envio à Câmara de cópias do contrato entre o CIMVALPI e a empresa Luz Forte, além de relatórios.
A ideia é que após o acesso aos documentos, uma nova reunião seja agendada com representantes do CIMVALPI, da empresa Luz Forte e da Prefeitura de Ponte Nova.
Estava prevista a participação, na mesma sessão, de um representante da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). Entretanto, por questões de incompatibilidade de agenda, não foi possível marcar a presença para a reunião da última quinta-feira.
O vídeo da reunião da CSPM está disponível na página da Câmara no Facebook e no canal no YouTube.