Conselheiro Tutelar fala sobre o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

por Imprensa — publicado 18/05/2018 14h40, última modificação 09/09/2020 14h26
Debate reforçou a importância das denúncias, do diálogo e da atenção dos pais e responsáveis

 O membro do Conselho Tutelar de Ponte Nova e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Leonardo Bruno Mateus Gomes da Silva, participou da Tribuna Livre da reunião de 17 de maio para falar sobre o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado nesta sexta-feira, 18 de maio. Sua participação atendeu convite do vereador Hermano (PT) por meio da Escola do Legislativo “Vereador José Mauro Raimundi”. Alunos das escolas participantes do Parlamento Jovem acompanharam a apresentação de Leonardo.

A data não foi escolhida aleatoriamente, ela dá visibilidade a um crime bárbaro que chocou o Brasil, em 1973, quando a menina Araceli Cabrera Sanches, de 8 anos, foi sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta, em Vitória (ES), por membros de uma tradicional família capixaba. O crime ficou impune. 
Leonardo destacou as diferenças entre o abuso e a exploração sexual. Esta acontece quando se paga para ter sexo com a pessoa de idade inferior a 18 anos, destacando ainda a pornografia e o turismo sexual. Já o abuso sexual envolve contato sexual entre uma criança ou adolescente e um adulto ou pessoa significativamente mais velha e poderosa. As duas situações são crimes de violência sexual. 
O conselheiro tutelar ressaltou que, com o objetivo de divulgar para a sociedade civil qual é a melhor maneira de evitar o abuso e a violência sexual em crianças e jovens foi criada a campanha “Prevenção: Cuidado de Quem Ama”. O slogan “Faça Bonito - Proteja nossas crianças e adolescentes” convida a sociedade a assumir a responsabilidade de prevenir e enfrentar o problema da violência sexual praticada contra crianças e adolescentes no Brasil.
Desde 2009, utiliza-se como símbolo uma flor, como sendo a lembrança dos desenhos da primeira infância, além de associar a fragilidade de uma flor com a de uma criança. O desenho também tem como objetivo de proporcionar maior proximidade e identificação junto à sociedade com a causa.
Leonardo destacou que é necessário um trabalho informativo junto aos pais e responsáveis, a sensibilização da população em geral, e dos profissionais das áreas de educação, saúde e jurídica, com a identificação de crianças e adolescentes em situação de risco, e o acompanhamento da vítima e do agressor. A maioria dos casos aponta para pessoas da própria família ou próximas à vítima. Em Ponte Nova, o conselheiro tutelar apontou que, no momento, há 16 denúncias registradas e vários casos em apuração. 
Os vereadores fizeram suas manifestações e reforçaram a importância das denúncias, de um amplo diálogo com as crianças e jovens, da participação ativa dos pais e responsáveis na vida dos filhos, da constante supervisão e acompanhamento das redes sociais utilizadas por eles e da punição aos agressores. 
No caso de qualquer suspeita de abuso ou exploração sexual infantil, as denúncias podem ser feitas diretamente no Conselho Tutelar que, em Ponte Nova, funciona na avenida Caetano Marinho (Centro), nas Delegacias e Polícias Rodoviária Federal e Militar e por meio do Disque 100, o Disque Denúncia, criado pela Secretária de Direitos Humanos, que garante o anonimato do denunciante. 
Fique atento!
*O primeiro sinal é uma possível mudança no padrão de comportamento da criança, como alterações de humor entre retraimento e extroversão, agressividade repentina, vergonha excessiva, medo ou pânico. Essa alteração costuma ocorrer de maneira imediata e inesperada. Em algumas situações a mudança de comportamento é em relação a uma pessoa ou a uma atividade em específico. 
*A violência costuma ser praticada por pessoas da família ou próximas da família na maioria dos casos. O abusador muitas vezes manipula emocionalmente a criança, que não percebe estar sendo vítima e, com isso, costuma ganhar a confiança fazendo com que ela se cale.
* É importante observar as características de relacionamento social da criança. Se o jovem voltar a ter comportamentos infantis, os quais já abandonou anteriormente, é um indicativo de que algo esteja errado. 
* Para manter a vítima em silêncio, o abusador costuma fazer ameaças de violência física e mental, além de chantagens. É normal também que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de material para construir uma boa relação com a vítima. É essencial explicar à criança que nenhum adulto ou criança mais velha deve manter segredos com ela que não possam ser compartilhados com pessoas de confiança, como o pai e a mãe, por exemplo.
 
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